Conheça a cultura Drag

Grecia
O teatro grego tomava forma e nasciam atores e personagens. Na época, somente homens podiam interpretar e com isso as personagens femininas eram vividas por homens vestidos como mulheres.
Era Vitoriana Inglaterra Século VXI
Os papéis femininos escritos pelo autor inglês eram interpretados em geral por adolescentes ou meninos vestidos de mulher. Acredita-se que papéis femininos mais importantes eram deixados para atores mais qualificados, mas não para mulheres.


EUROPA SÉCULO XVIII E XVI
Com mulheres cada vez mais presentes no teatro, vestir-se de mulher para interpretação passou a ser por motivos cômicos e para sátiras. Os homens que se vestiam de mulheres passaram a integrar as peças como uma categoria diferente de atores. Maquiagem exagerada, vestimentas parodiando o estilo da alta sociedade e um humor afiado fizeram esta figura comum para o público e sucesso de crítica.
Estas “damas” do teatro, passaram a se apresentar em clubes também. Mas as duas guerras mundiais transformaram o cenário mundial e a mulher assumiu nova posição social e a posição da drag queen também foi revista. Aos poucos também passou a estar associada ao homem homossexual.
EUA E EUROPA SÉCULO XX
Com a chegada da televisão, o teatro virou lugar do glamour, dos musicais e as “damas” perderam espaço. Elas assumiram uma postura diferente, personificando as mulheres de forma glamurosa.
Nos anos 60, a cultura pop surgiu nas grandes metrópoles e com ela uma abertura maior em relação a comunidade gay. Apesar disso, os bares gays eram relegados a áreas periféricas das cidades, mas foi neste cenário que as drag queens encontraram o caminho para seu retorno.
Era nos clubes, que as “novas drags” achavam espaço para se “montar” e fazer apresentações que remetiam aos ícones do cinema e da música da época.


ANOS 70 e 80
As drags viraram símbolo da luta pelos direitos LGBTQ, mas com o avanço da AIDS a comunidade foi mais uma vez relegada a espaços de nicho e as drags voltaram para os clubes.
ANOS 90
A arte passou a ser valorizada de novo especialmente por causa de Hollywood. “Priscilla, a rainha do deserto” ajudou a levar a arte drag para o grande público novamente. Mais uma vez à frente da luta pelos direitos LGBTQ, as drags ajudaram a popularizar as paradas gays ao redor do mundo.
O americano RuPaul surgiu como a drag queen superstar: pose de modelo, cantora, personalidade, apresentadora, amiga dos famosos...


Anos 2000
Com a cultura pop cada vez mais disseminada com ajuda da internet e a comunidade gay mais participativa e abraçada por artistas e pelas artes, a cultura drag ganha o destaque que nunca teve. As drags estão na TV, na música, nas festas e ganharam status de artistas pop.
NO ORIENTE
Em países como Japão, Indonésia e Índia, o teatro era considerado uma arte a ser passada de geração para geração e somente homens eram incentivados à prática. Os personagens femininos também ficavam a cargo deles. No tradicional Kabuki japonês, as mulheres chegaram a ser banidas durante um grande período por estarem associadas à prostituição.


NO BRASIL ATUALMENTE
O cenário drag nacional acompanhou de modo geral o internacional. Na televisão, não era estranho homens fazendo papéis de mulheres, especialmente os cômicos. Durante o período da ditadura, a comunidade gay, e consequentemente as drags, perdeu espaço público.
Nos anos 90, a cena renasceu e as drags ganharam espaço em clubes e boates gays, especialmente de São Paulo. Márcia Pantera, Sylvetti Montilla e outras fizeram história.
CONHAÇA MAIS SOBRE A CULTURA
PARIS IS Burning

Este premiado e antológico documentário explora a cena dos Ballrooms de New York na segunda metade dos anos 1980. Criada pela população LGBT de origem afro-latina, essa subcultura é explorada em todos os seus aspectos e reflexões, tendo como foco alguns personagens marcantes de uma cena que ainda vive, desde o final dos anos 1950 até o nosso tempo. Esse filme é considerado um marco na visibilidade da população LGBT nos EUA, sendo pioneiro em mostrar a realidade crua misturada à cultura vibrante e criativa da cena dos Balls de New York. Por isso, ele é tomado por boa parte dos LGBT estadunidenses como um guia fundamental de autoconsciência histórica e cultural.
serie pose

Pose é uma série de televisão dramática americana sobre o cenário LGBT+ afro-americano, latino-americano da cidade de Nova Iorque com a cultura Ballroom nos anos 80 e, na segunda temporada, no início dos anos 90. Os personagens em destaque são dançarinos e modelos que competem por troféus e reconhecimento nesta cultura subterrânea e se apóiam em uma rede de famílias escolhidas conhecidas como Casas. A serie esta disponível na Netflix em duas temporadas.
Legendary

A primeira temporada de Legendary teve a sua estréia em 27 de maio de 2020, na HBO MAX. O show mostra oito casas provenientes da comunidade de ballroom dos Estados Unidos da América a competirem umas contras as outras em desafios que envolvem arte, dança e vogue. A Casa que mais se destacar será declarada campeã e levará o prêmio de cem mil dólares.
madonna e o vogue

Abraçando fortes tendências da dance-music, a música, lançada no dia 27 de março de 1990, também carrega sonoridades típicas da disco music mesmo após o ápice do estilo anos anteriores. A faixa teve um desempenho comercial estrondoso, alcançando o número um em mais de 30 países e sendo o single mais vendido daquele ano. Como mostrado na segunda temporada de POSE a música movimentou a cena LGBTQIA+ da época e levou a cultura e, principalmente, o ‘Voguing’ ao modismo. Na trama, os personagens começam a receber uma atenção midiática inédita e, consequentemente, prosperam em áreas correlatas à música como a moda e a dança.